Fim
Mário de Sá-Carneiro

 
 


  Quando eu morrer batam em latas,
Rompam aos saltos e aos pinotes –
Façam estalar no ar chicotes,
Chamem palhaços e acrobatas!

Que o meu caixão vá sobre um burro
Ajaezado à andaluza:
A um morto nada se recusa,
E eu quero por força ir de burro...






Bilhete: (a Fernando Pessoa) "Um grande, grande / adeus do seu pobre / Mário de Sá-Carneiro / Paris, 26 abril 1916". Desenho: Almada Negreiros.